PORTUGAL PREPARA-SE PARA BATER UM ESTRANHO RECORDE:
A MAIS ELEVADA DENSIDADE DE EMPRESAS POR METRO QUADRADO...
Pequeno país à beira-mar recém-chamuscado, Portugal não vira costas aos desafios da excelência, da meritocracia e da criatividade. Adoptando políticas que, de longe, transcendem, a lucidez do antigo filósofo ateniense (Sócrates, o outro...), este punhado de iluminados que nos governa acaba de lançar um repto inédito, não ao chamado «tecido empresarial» - isso seria demasiado vulgar e em nada consentâneo com o génio nacional - mas àquelas centenas de milhares de cidadãos que beneficiam do uso privilegiado dos recibos verdes-azuis. Em que consiste esse inédito gesto? É simples.
Para enfrentar a precarização crescente, as entidades empregadoras (em particular as do estado ou a ele ligadas, que, como é consabido, dão bons exemplos) devem sugerir, ou mesmo obrigar, com pedagógica autoridade, os trabalhadores que desejem obter um posto de trabalho a formar a sua própria empresa, para que o laço laboral, já não entre um patrão e um empregado, mas entre duas empresas- uma das quais galhardamente unipessoal - possa ser celebrado.
Embora claramente contrária à velha ideia de que «uma empresa é associação organizada que, sob a direcção e responsabilidade de uma pessoa ou de uma sociedade, explora uma indústria, um ramo de comércio ou outra actividade de interesse económico», esta «fórmula mágica» permite matar vários coelhos de uma cajadada:
1) diminuir drasticamente o número recibos verdes-azuis ilegalmente utilizados;
2) aumentar exponencialmente, e por meios nunca dantes navegados, os números que atestam o empreendorismo do povo português.
Quem se atreverá a dizer que o país não aprende nada com o futebol? Mente quem o diz, pois esta audaciosa forma de «contratação» demonstra a que ponto somos capazes de fintar o destino. Com novas ideias e maneiras de contar e fazer contas à vida.
Obrigada, Sócrates, grande treinador da selecção nacional de empresários. És o maior...
A MAIS ELEVADA DENSIDADE DE EMPRESAS POR METRO QUADRADO...
Pequeno país à beira-mar recém-chamuscado, Portugal não vira costas aos desafios da excelência, da meritocracia e da criatividade. Adoptando políticas que, de longe, transcendem, a lucidez do antigo filósofo ateniense (Sócrates, o outro...), este punhado de iluminados que nos governa acaba de lançar um repto inédito, não ao chamado «tecido empresarial» - isso seria demasiado vulgar e em nada consentâneo com o génio nacional - mas àquelas centenas de milhares de cidadãos que beneficiam do uso privilegiado dos recibos verdes-azuis. Em que consiste esse inédito gesto? É simples.
Para enfrentar a precarização crescente, as entidades empregadoras (em particular as do estado ou a ele ligadas, que, como é consabido, dão bons exemplos) devem sugerir, ou mesmo obrigar, com pedagógica autoridade, os trabalhadores que desejem obter um posto de trabalho a formar a sua própria empresa, para que o laço laboral, já não entre um patrão e um empregado, mas entre duas empresas- uma das quais galhardamente unipessoal - possa ser celebrado.
Embora claramente contrária à velha ideia de que «uma empresa é associação organizada que, sob a direcção e responsabilidade de uma pessoa ou de uma sociedade, explora uma indústria, um ramo de comércio ou outra actividade de interesse económico», esta «fórmula mágica» permite matar vários coelhos de uma cajadada:
1) diminuir drasticamente o número recibos verdes-azuis ilegalmente utilizados;
2) aumentar exponencialmente, e por meios nunca dantes navegados, os números que atestam o empreendorismo do povo português.
Quem se atreverá a dizer que o país não aprende nada com o futebol? Mente quem o diz, pois esta audaciosa forma de «contratação» demonstra a que ponto somos capazes de fintar o destino. Com novas ideias e maneiras de contar e fazer contas à vida.
Obrigada, Sócrates, grande treinador da selecção nacional de empresários. És o maior...
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